quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Neste instante
____o mar...
O mar tomou para si o silêncio. Silêncio.
Vou dormir para sonhar com a goiabeira em frente
à janela do quarto que não existe mais...
só o cheiro.
Serão os mesmos nomes, em outros dias.

20:26'

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O partido do segredo
é perder-se (calma).
Há um lugar de encrontro
ao perder-se no outro.

Prado/BA. 21:45h em cia de familiares paternos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O homem é um ser fundado pelo nada. O nada é o nitrato de prata que faz do homem o que ele é _ espelho.
Villém Flusser

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Saída de emergência


Para tocar flores

1- encontre o jardim de pedras
2- respire o seu caminho
3- pegue um lápis
4- desenhe flores violetas...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

As borboletas são livres
Um dia, mesmo sem saberem, sonharam com reencontrar. Imaginaram-se longamente, juntos... uma minúscula vela, esperava a noite cair. Apesar de se conhecerem a tempos e não se darem conta disto, é preciso perguntar,como se não reconhecesse todos os cantos da casa, se se lembra do que se passou na semana ou seriam nas semanas que se passaram.Acaso me lembro sim, das coisas, de coisas, de tantas que se mesclam aos guardados belos a consolidar meu documento no tempo. E no insterstício dos movimentos daquele instante, reparou o tempo e se deu conta que faz parte dele.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008



"eu prefiro o derrame ao derramamento"
Carpinejar




Construindo um Jardim. Quem encontra quem? equação {de borboleta + ( porta-palavras + caixas-poemas)} = ∞
trabalho in progress . 2007-

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Por que há o destino? O destino que não escapa a toda relação com os movimentos que o acaso faz na vida. Carecemos de acasos diários para que o destino se faça, tão vital mas as vezes imperceptíveis, os acasos dão o tom de nossa caminhada no interstício silencioso dos acontecimentos, e são tomados por destino. Porque o acaso.

...ah o destino, segue regido pelo movimento infinito do acaso... e o que acontece e não apoderarmos do acaso...e o 'eu' vai seguindo nas infinitas variaçoes do devir, somando coisas achadas no nada.
(por volta de 17h)

Ps. desculpe a falta de acentos ortograficos e porque estou me adaptando ao notebook novo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

pequenas invasões. ( Poa-RS - inverno 2005) projeto in progress. 2002/

Coleciono memórias dos outros, que talvez um dia serao as minhas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O jardim permitido

Todas as portas do térreo do palácio descobriria um jardim. Ao centro do altivo jardim,de forma retângular, há um lago que vive zelado pela linda deusa em bronze de olhar baixo. Ali, só a água do pote que carregava a deusa nos braços, dispara silêncio. Entre as pilastras, bancos em mármore sem encosto,parecem preparados para a noite fria.Em suas esquinas, há anjos em bronze, em posição de guardiãs. Aquém, ao movimento das pessoas ao fundo, oriento-me pela música erudita que começa a ecoar.Preservada de qualquer história particular do lugar, vejo-me como numa sala de espelhos,neste momento,vou ao encontro de um dos bancos em mármore para me apoiar;é necessário, antes que anoiteça...
Só agora volto meu olhar para cima, neste jardim, não se vê o céu, imagina-o...
dali de dentro e dentro... o lado de fora...
Coisas...Zephyrus and Flora (homem com asas de borboleta), The Dance of Tine, La Grive Morte, Camafeu dourado bordado em rosas... memórias...
Neste instante tento fotografar o tempo,
mas o homem de preto me impede.

NY-NY 24.08.2008
The Frick Colleticon
(encontro lú e cris para atravessarmos a ponte do Brooklim junto com bel e eliana)
A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo.

(trecho de "Ruína" de Manoel de Barros).

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Rabiscos


X


sentada no chão recoberto por um tapete claro
ligeiramente apoiou a cabeça entre os joelhos
uma voz viria imediatamente indagar os pensamentos
já saberia...

constataria

às vezes parecia-lhe que uma vida poderia desenrolar-se harmoniosamente entre coisas simples e suaves em pontos do tempo...

e registrou o beijo no filho.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

(dos rabiscos sem fim... )



X

sentada no chão recorberto por um tapete claro
ligeiramente apoiou a cabeça entre os joelhos
uma voz viria imediatamente indagar-lhe os pensamentos
já saberia...
às vezes parecia-lhe que uma vida toda poderia desenrolar-se harmoniosamente entre as coisas simples e suaves em pontos do tempo...

e registrou o beijo no filho.

27/08

IX

às vezes prefiro a sombra,
nela tudo fica meio indefinido...
cheia de vultos.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Alice vista...



(Carol Boaventura recebe Alice em sua casa, na Vila Maria. SP/SP - jan2008 )

e tudo nas páginas de alice...

(projeto in progress. 2006/)

terça-feira, 5 de agosto de 2008



(dos rabiscos sem fim...)



VIII

antedatar é urgente
hoje o tempo é ontem
e para fugir da saudade
refugio-me no porta-retrato
que abriga sua imagem
em preto e branco

todos os dias são seus
ouves o assobio ?
seu canário manso, voou...

05/08

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Saída de emergência

Para não pensar...

1.descortine a janela da sala feita para nela ficar
2.sente no banco de madeira ladeado por objetos de apreço
3.deixe o olho, inicialmente, deslizar pelo canto do pássaro; em seguida, deixe seu ouvido, captar os pequenos movimentos que ele faz

4.respire nas formas outras de sua sombra
5.toque no nada
6.esqueça-te

domingo, 29 de junho de 2008

Entremeio
É preciso agora que eu diga que espécie de mulher que sou. Meu CPF, RG, não importam, nem qualquer outro exterior próprio. Devo falar do meu caráter,(como já o fez Fernando Pessoa). Tudo para mim é um mistério que me cercou desde a infância, e dirige meu caminho até este instante. Tudo para mim é claro como luz,mesmo que a luz ofusque, cegue. Tudo para mim é intenso, primoroso, cristalino.Tudo para mim há que ser dito, quando dito a quem quero que ouça, mesmo que, não mereça ouvir uma palavra de amor. Tudo para mim, pelas minhas próprias tendências naturais, é belo, se a beleza consegue se impor ao tormento. Tudo para mim é consequência de um desejo, um desejo de ser e fazer feliz. Tudo para mim é um retorno, um sempre movimentar, é dizer amar, é compartilhar abraço, mesmo com aqueles que têm medo de si. Tudo para mim é quebrar promessas de não mais tentar. Tudo para mim é buscar o humano no ser. Tentar dizer que é fácil amar e odiar. Por isso meu caráter não é soberano, muda, chora, rir, interioriza, concentra, paralisa, mas se perde em si mesmo. Toda minha vida é de afetos e sonhos. Tudo para mim é tudo, é nada...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Aqui estou num quarto de hotel, entre quatro paredes, partes comuns de um ambiente neutro, que é de todos e que não é de ninguém...
Um neutro impregnado de gente que não vi, de algumas dezenas de existências simultâneas que se repetem de tempo em tempo.
De nostálgico, só o abajur. De próximo, só o espelho que reflete os vasos de flores. De calor, só a poltrona de tecido amarelo que agora estou. De companhia, só o Livro de Asas...
Antes de voar...as sempre-vivas que consegui colher, são para você...

sábado, 17 de maio de 2008

Saída de emergência


Se numa quinta-feira ou outro dia qualquer
perceber que você é somente um ponto neste
mundo... e que as repostas que procura nunca vão
sinalizar o lugar que desatará os nós...


1. olhe para o passarinho que teve a asa quebrada
2. pegue um retrato de quando era criança
3. tire da estante um livro do poeta preferido e
com ele brinde àqueles que ama, com uma taça de vinho...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

1,2,3 ... e subiu as escadas da casa


Início ou fim?
Fim de quê?
Não há fim...
Sempre haverá o nitrato de prata.

#

o silêncio castiga
quando há o que dizer
o silêncio acalma
quando é necessário não dizer
o silêncio atormenta
quando a velocidade esconde
a verdade

quarta-feira, 30 de abril de 2008

...a palavra que falta é a vossa palavra,
e vossa está também sob o traço vazio.

Maria Gabriela Llansol

sexta-feira, 28 de março de 2008


Recuo do silêncio

O silêncio guarda ruídos:
da chuva fina no telhado do quarto dos pais,
do estralar dos móveis da sala de jantar,
do ranger da treliça da porta da cozinha,
da sombra das roupas esticadas no varal do quintal,
da luz trêmula do amanhecer entrando pela fresta da janela do quarto da filha,
do beija-flor alimentando do néctar da flor artificial,
do apito da chaleira,
do biscoito mergulhado na gordura quente da panela de ferro,
das mãos finas da mãe que correm sobre o bordado do presente,
da linha da minha escrita de encontro com o papel a desenhar palavras a um só tempo, nesta manhã.
(É).


20.03.2008 8:45'

quinta-feira, 6 de março de 2008

Agora só espero a despalavra: a palavra nascida
para o canto _ desde os pássaros.

Manoel de Barros

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

(dos rabiscos sem fim... )



I

minha primeira folha de papel
foi o muro de cimento pré-moldado
da casa de minha infância,
nele escrevi em letras garrafais
o nome do meu pai com Ç.Afonço.

11/02

II

r e p a r e i que o crepúsculo não se abre com a faca,
que há um ruído entre o período que antecede o fim de algo,
para o início de outro...

12/02


III

preciso desaprender
para não despendrer as asas

12/02

IV

Aprendo com o silêncio

a encontrar outras palavras a se fazerem novas frases

e ver o branco dos dias que acontecem.

06/03

V

O que ti estraga é o pensamento:

_diz-me GM que reclama minha ausência.

Momentaneamente,

ando me estragando, para depois me consertar.

Mal sabe ela...

06/03

VI

Para encontrar o violeta eu uso borboletas.

Para encontrar a mim, ainda não descobri...

06/03

VII

Mais tarde me foleio, agora não consigo ler-me,

as palavras estão rápidas, as imagens desconexas,

o pensamento me estraga, o silêncio me escapa... nada se completa...

É justa a vida? Não sei...

Um outro dia talvez...

Por hora, guardo o livro.

08/05

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008








Eu penso em renovar o homem usando borboletas.
Manoel de Barros




Visita

Borboleta voa lenta
escreve a brisa
inscreve o riso
pousa ...
descansa as asas
(e)
na cortina de voeil
da minha sala de estar
escreve poesia em vida breve
de maneira mais bonita...

Imagens: borboletras em percurso (sê-los) 2008/ (trabalho in progress)