quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Borboletra

o poeta, um filme... o outro
o instante da palavra silêncio
a frase que insiste o momento: a gente escuta silêncio quando quer.

domingo, 5 de agosto de 2007

um amigo pergunta-me onde estou
quando fecho os olhos
por frações de segundos...
estou não sei-onde mais exatamente,
mas estou, sei quase nada.
queria uma indicação para me achar,
para me perder. lembranças










quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O Outro é o que me dá a possibilidade de não me repetir ao infinito.
Jean Baudrillard


Calça
14/11/2004
...e pendurou a calça. Imediatamente após, reconheci o assovio que vinha do banheiro... Acabara de chegar de sua caminhada matinal. A roupa excitava-se ao deixar a eletricidade do corpo, inquietava freneticamente a parede de azulejo por detrás da porta que a abrigava durante o resto do dia. Era atração para os olhos, assim que a fresta de sol trazida pela pequena janela de vidro projetava a sombra da calça. Sombra que se espichava até o canto da parede, e chegava a ultrapassá-la, tão comprida ficava. O espelho que a refletia inquietava o pequeno ambiente, parecia multiplicar o número de calças... Será que os espelhos multiplicam o número dos homens? Confesso que senti um certo desconforto. A calça... O espelho... A sombra... Bem, passara a imaginar que a sombra era o único ser vivo que se avistava por lá. O que está acontecendo aqui? Mas que é isso? De fato, coisa simples não o é! Mas mesmo tampouco se conta entre o simples e eu, como sei muito bem, desde muito, sigo suas pegadas, preparando-me para seguir meu próprio rumo. Tinha me recordado, vi coisas... Mas como são as coisas?