segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Entre" perdas, ganhos


Nunca parei para pensar na perda
de maneira a acrescentar...
há seis anos, já no crepúsculo do final
de mais um dia frio, na Rua da Paisagem,
pensei e senti
estar vivendo o pior dia
dos meus trinta e cinco anos de vida
naquele instante, não havia outro sentimento
que saberia nomear com grandeza,
que não fosse o sentimento de um branco vazio,
preenchendo meu corpo, sufocante como um ar quente
(que não habitava aquela sala fria)

e

com ele pude sent(ir) partes em meu corpo que eu nem sabia
existir, possuída de uma dor insuportável...
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Segunda feira, hoje, a dor é mais amena
para bem dizer, inexiste
sorrio ao lembrar do seu sorriso
não o tornei herói de batalha alguma,
nem perfeito após sua morte
apenas o que o é para mim
pai
—sinto com clareza a sua partida
com ela, a aproximação do afeto sólido
de um amadurecimento necessário

e

um controle favorável
ao bem fazer do simples
nesta vida circunstancial (...)

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