quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Calça
14/11/2004
...e pendurou a calça. Imediatamente após, reconheci o assovio que vinha do banheiro... Acabara de chegar de sua caminhada matinal. A roupa excitava-se ao deixar a eletricidade do corpo, inquietava freneticamente a parede de azulejo por detrás da porta que a abrigava durante o resto do dia. Era atração para os olhos, assim que a fresta de sol trazida pela pequena janela de vidro projetava a sombra da calça. Sombra que se espichava até o canto da parede, e chegava a ultrapassá-la, tão comprida ficava. O espelho que a refletia inquietava o pequeno ambiente, parecia multiplicar o número de calças... Será que os espelhos multiplicam o número dos homens? Confesso que senti um certo desconforto. A calça... O espelho... A sombra... Bem, passara a imaginar que a sombra era o único ser vivo que se avistava por lá. O que está acontecendo aqui? Mas que é isso? De fato, coisa simples não o é! Mas mesmo tampouco se conta entre o simples e eu, como sei muito bem, desde muito, sigo suas pegadas, preparando-me para seguir meu próprio rumo. Tinha me recordado, vi coisas... Mas como são as coisas?

Um comentário:

Anônimo disse...

e como sao as coisas?
saudades
gm